Brumadinho, uma tragédia anunciada!

Hoje completa uma semana da tragédia em Brumadinho, onde o rompimento da Mina Córrego do Feijão, provocou o soterramento de casas, comércio, pousadas, a morte prematura de centenas de pessoas, animais, interrompeu sonhos!

Mais uma vez o capital falou mais alto, tendo prevalência em relação aos diversos alertas de ambientalistas no que se refere aos riscos de se reativar a Mina.

Ainda que se alegue que todas as licenças foram concedidas e que toda documentação e certificação da empresa estivesse rigorosamente em dia, pergunta-se: é possível uma mina romper sem dar nenhum sinal de vulnerabilidade?

Acreditamos sinceramente que não! Além de todas as certificações e laudos de empresas externas, certo é que há procedimentos internos e periódicos que devam ser realizados para verificar paulatinamente o grau de risco exposto. Como exemplo, podemos facilmente citar medições de umidade do solo, onde se constataria o aumento de umidade e a vulnerabilidade da mina.

Uma catástrofe desta natureza está longe de ser um “desastre natural” é sim uma tragédia anunciada ocasionada por uma série de descumprimento de preceitos e normas. Falha da fiscalização Estatal, Falha na adoção de medidas internas, Falha nas certificações externas, falha ao não se ter um efetivo programa de COMPLIANCE.

O COMPLIANCE como instrumento de prevenção, de governança corporativa e gestão de riscos poderia ter evitado este tipo de tragédia. Digo aqui o efetivo programa de COMPLIANCE, com sistêmicas auditorias, com a implementação de programas de integridade, afastando-se de toda a cultura organizacional a política do “jeitinho”, desde o ajudante geral até o mais alto executivo, transbordando a cultura do cumprir também para seus parceiros e fornecedores, em uma infindável onda de fazer o correto, fazer o bem.

No Brasil ainda engatinhamos quando o tema é compliance. Muito mais que um programa de cumprimento de normas e regras ele deve ser uma transformação de CULTURA ORGANIZACIONAL! Fazer o certo não apenas porque está na Lei, porque está no DNA da empresa, porque deixa-se de pensar no individual e passa-se a pensar no coletivo em uma maravilhosa relação GANHA-GANHA, ou seja, quanto mais a empresa se volta para as necessidades de seus funcionários, para a comunidade em que esta inserida e para sociedade como um todo, mais profícuo são seus resultados.

Publicado por Dra. Juliana Pistun Montagna | Sócia fundadora do escritório Alonso Pistun em 30/01/2019